A violência e o círculo vicioso

A semana que passou trouxe uma péssima notícia para os admiradores de artes marciais e de esportes de luta na Paraíba. O sensei Rufino, professor de Jiu-Jitsu foi assassinado a tiros quando saía do trabalho. Não há, ainda, uma versão definitiva para o caso, mas mesmo as suspeitas já nos trazem lições.

Diz-se que o professor havia se envolvido em uma briga alguns dias antes de perder a vida. Uma briga em um show e por motivos banais. Diz ainda que, por ser exímio lutador de Jiu-Jitsu e de Vale-tudo, conseguiu dominar e surrar oponentes maiores que ele.

Uma pena. Pois ao que parece os seus adversário não tinham nenhum "espírito esportivo". São eles os suspeitos de terem perseguido e matado Rufino, covardemente e sem chance de defesa, no Bessa esta semana.

O grande risco de quem vive no meio das artes marciais e das lutas desportivas é o de achar que é possível resolver problemas com o uso das técnicas de combate corpo a corpo. Estão enganados. Um esporte é algo a ser jogado dentro de regras sabidas e aceitas por todos os participantes.

Já as artes marciais são muito mais do que um conjunto de técnicas. São um leque de estratégias que, na grande maioria das vezes elimina a necessidade do uso destas técnicas. Assim, o "bom" artista marcial nunca entra em um confronto físico que não lhe valha a vida.

Quanto ao desportista, quando ele usa seu "jogo" numa disputa sem regras, corre grande risco. O, querido por muitos, Morceguinho resolveu jogar contra adversários desconhecidos e que usam de técnicas que ele não dominava.

Quem lida com esportes de luta pode ser facilmente confundido com um brigão. Quando um lutador profissional faz uso amador de sua técnica será, fatalmente, confundido com um brigão e, no mundo real, violência gera violência. E enquanto a razão não for invocada, mais violência acontecerá.

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